Brisa

Brisa
Estendendo-me

quarta-feira, 18 de abril de 2018


Das alucinações
E do intestino grosso
Meu corpo todo
Gritou de desgosto
Chacina das minas
Defloração
Não tem hímen
No coração


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A beira do abismo surgiu feminismo.

Somos o alvo
O "fruto proibido"
A virgem santa 
Bela, recatada, casta e do lar 
Ou a bruxa má 
Inquisição.
O sagrado feminino é profano
Guilhotinadas, queimadas
Ou estupradas
Alvos.
Cadê a nossa defesa? 
Consta nos autos 
A lei foi feita para/per/perante
Por homens 
Horror ao corpo
Corpo escultural
Esculpido pelo macho
Pêlo? Não. 
No espelho? Padrão. 
Sai fora! Mal amada.
Século das Luzes 
E a mulher no Escuro
Filosofia, Ciências e Artes 
Não fizemos parte!
Na janela, namoradeira
À espera do amor sincero
Ou da salvação eterna
Quanto é o dote? 
Artigo de luxo
Não fala, não pensa
Só vale/custa caro
Passada de pai 
Para marido
Quer ser útil? Seja fútil.
A mulher da senzala 
Servindo comida 
Sendo comida na sobremesa
A carne mais barata do mercado
É a "mulata" globeleza!
Carne suculenta
Cobiçada ou desprezada
Solidão da mulher negra
Herança da Escravidão ser presa.
A doença do feminino
Falar do íntimo
Histeria é sufocamento
Não existe alma
Só pensamento.
O gozo feminino
Hiperssexualidade
Como ousa a mulher
Sentir prazer
É patologia essa novidade.
Como castigo
Manicômio. 
Choque, droga, abuso 
Estupro. 
Boa noite, Cinderelas!
Marias... 
Domésticas
Parteiras, cuidadoras
Santa maternidade
Mãe solteira
Mulher, desquitada
Mãe, madrastra, safada.
Aborto.
Assassina!
Largada desde menina.
O parto (do homem) 
É natural. 
O corpo não é seu.
Ele é de Deus. 
Sangue de Jesus tem poder
Sangue da mulher
É podre 
Vai feder!
Mais um estupro
No abuso diário.
O sangue que limpa e renova
É renegado”
  

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Tortura do prazer

Negligência de sentimentos
Aplausos forçados
O afeto é egoísta 
Pílulas em doses de prazer
Repulsa de si mesmo
Mil agulhas de prazer
Entrando e saindo
Dos orgãos mais profundos
Prazer que acelera os batimentos
Alívio de dor 
Prazer é dor disfarçado

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Cor de hoje

Coloco cor em tudo que faço
Ando derramando cinza empedrado da sola de meu sapato;
Ao ver o homem pintado de invisível
- E geralmente a tinta é preta-
Escorrem pelos meus olhos lágrimas azul-tristeza, 
Continuo a andar olhando pro céu e pinto em tom de sépia. 
Nostálgica mania. 
As cores do hoje são desfocadas
Não toco porque a tinta é fresca
Cheiro de novidade
Num dia celebrado de cor 
Vento girassol na minha saia 
Amarelo-gargalhada
Queimo o coração com vermelho-paixão
Nude em ardência frívola
Gozo em arco-íris 
E depois me recolho novamente em cinza 
O além é tão cintilante que me cega
Fecho os olhos pra entender minhas transparências...
E a luz néon projeta distante os anseios da minha vida 
tathiana.loyola








terça-feira, 6 de outubro de 2015

Para fugir dos pensamentos
afogada em entretenimento
O esforço é grande pra respirar
Toda a gordura acumulada
Do passado é armazenada 


domingo, 16 de agosto de 2015

Filhote de leoa

São essências degustativas que não sabes que possuo
Para você, apenas como.
São infindáveis sentimentos que preciso rememorar, mas não os acho.
Para você, apenas esqueço.
Apreciar seu exemplo de família 
Não me faz melhor
Me faz ter alguma raiva
Dentro da minha jaula 
Visita, joga carne e vai embora
Sou filhote de leoa
Apenas nesse lugar eu rememoro
Vim de útero e não de berço
Não posso te orgulhar 
Por trabalhar
Apenas, sobrevivo
Sou fera, o amor é intenso
Ignore que é melhor
Só não me toque 
Ou me adestre 
Aos dias festivos
Para o não atrito 
Aceitei o título
E me perdi de mim.
Hoje não é dia de nada
E isso é um alívio.
Um bom dia pra comemorar! 

Álbum de fotos

Quando me perco 
Me acho tão digna.
O ruído incômoda
No silêncio da memória.

Perturba o bom senso
Mas não deixa de ser belo.
Eterno desapego 
Das obrigações

Dos tipos inventados
No vácuo, espaço-tempo
Do lance afetivo
Me prende aos abusos 
Que não quero falar {2x}

Coisas compradas 
Para matar histórias.
Alma e corpo 
Abraços que carregam...
Eterno desapego 
Das obrigações

Dos tipos inventados
No vácuo, espaço-tempo
Do lance afetivo
Me prende aos abusos 
Que não quero falar {2x}

(Para matar, precisa morrer
E os títulos não morrem.
Permanecem como rótulos 
No seu DNA 
E no seu álbum de fotos.) 

tathiana.loyola